O comportamento humilde confere capacidade para identificar, de maneira mais assertiva, oportunidades e ameaças dispostas por todas forças competitivas com que a organização precisa enfrentar.
Sobre o que não vai mudar
Jeff Bezos, fundador da Amazon, utilizou o raciocínio da “não mudança” para determinar que a capacidade de vender com preço baixo e ter excelência no atendimento dos clientes devem ser fortalezas da companhia. Afinal, esses dois aspectos são importantes hoje e, também, deverão ser valorizados daqui 10 anos. Ou seja, essas duas “não mudanças” são norteadoras para as forças que a companhia precisa desenvolver e aprimorar, ou fraquezas que precisa eliminar. Além disso, servem como boas bases para identificação de oportunidades (no caso da Amazon, omnichannel) e mitigação de ameaças (competição predatória da China).
Forças e fraquezas constituem as maiores chances de uma companhia perseverar, mantendo-se excelente nas “não mudanças”, resistindo a ameaças e aproveitando as oportunidades provenientes das “mudanças”.
“Mudanças” e “não mudanças” são as sementes dos temas estratégicos.
Definindo força, fraqueza, oportunidade e ameaça
A partir da intencionalidade estratégica, sobretudo da missão e da visão, caberá ao pensamento estratégico identificar temas estratégicos e, daí, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Para isso, exercitando a visão estratégica.
Primeiro, é importante verificar, a partir da perspectiva sistêmica, que características internas da organização, ou seja, forças e fraquezas, colaboram para o cumprimento da missão e da visão.Depois, é essencial tratar situações externas, ou seja, oportunidades e ameaças, que possam acelerar ou atrapalhar a intencionalidade, exercitando as perspectiva periférica.
Intensificar forças, eliminar fraquezas, aproveitar oportunidades e mitigar ameaças justifica esforço antecipatório e insights.
Força
Em um organização, força é uma competência interna que permite o desempenho superior, autorizando a exploração de oportunidades externas e a mitigação das ameaças externas. Forças devem, sempre, ser maximizadas.
Fraqueza
Uma fraqueza é uma característica interna que impede o bom desempenho. Além disso, fraquezas afetam negativamente a capacidade da organização de explorar oportunidades externas e de se proteger de ameaças externas. Por isso, devem, sempre, ser bloqueadas ou minimizadas.
Oportunidade
Oportunidades são situações externas ao ambiente organizacional – geralmente tendências e movimentos – que podem ser exploradas para aproximar ou viabilizar o atendimento da visão.
Ameaça
Ameaças são situações do ambiente externo – ou seja, alheias ao controle da organização, que podem prejudicar o desempenho competitivo, dificultando o atendimento da visão. Por isso, demandam ações de compensação.
Matriz SWOT (FOFA)
Identificar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças é tão importante que consomem boa parte do tempo dedicado a elaboração de planos estratégicos. Dentre as ferramentas utilizadas, destaca-se a matriz SWOT ou FOFA.
A matriz SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities Threats) é creditada a Albert Humphrey, que foi líder de uma série de pesquisas na Universidade de Stanford nas décadas de 1960 e 1970, usando dados da revista Fortune das 500 maiores corporações.
A proposição central da ferramenta é identificar, a partir do pensamento estratégico, as predominâncias externas (oportunidades e ameaças) e internas (forças e fraquezas) a conduta de uma organiação com relação a um determinado tema.
Criando tensões estratégicas
Nós, humanos, ficamos mais fortes e combatemos fraquezas, submetendo nossos corpos a tensões (esforços concentrados). O mesmo é válido para a “musculatura corporativa”. Ou seja, o fortalecimento de uma organização acontece através de tensões estratégicas, criadas através de planos e ações. Entretanto, também é importante observar que o excesso de tensões pode gerar “estresse corporativo”.
No BSC, uma empresa com fins lucrativos indica tensões estrégicas através das metas e objetivos expressos nas perspectivas financeira e mercadológica e, também, dos planos de ações para as perspectivas de processos internos e aprendizagem.
Antes de avançar…
O pensamento estratégico reflete, sempre, sobre as forças – buscando reforçá-las – e fraquezas – buscando eliminá-las – de forma a ajudar a organização a aproveitar oportunidades e mitigar ameaças, conduzindo a organização para sua visão e realização da missão, conforme determinado na intencionalidade estratégica. Para isso, opera sempre na criação de tensões – expressas em atividades e projetos estratégicos.
Antes de seguir para a leitura do próximo tema, recomendo as seguintes reflexões:
- Quais são as 5 maiores forças de sua companhia?
- Quais são as 5 maiores fraquezas?
- Quais são as grandes oportunidades?
- Quais são as maiores ameaças?
- Em qual dos quadrantes de predominância sua empresa se encontra?
- Como os projetos e atividades estratégicas de sua companhia tem operado como “tensões” para reforçar forças e eliminar fraquezas?
- Quais são as “não mudanças” do mercado em que sua empresa atua?
Parabéns Elemar, adoro ler seus post e artigos fortalece muito as visão.